O SENTIDO DO NATAL
Pergunta: Meu Pai, por favor, o senhor poderia nos falar do sentido do natal dentro da umbanda?
Baiano Jose Severino:
Meu filho, que Jesus nos dê forças para caminharmos adiante, pois bem sabemos que a jornada não é fácil neste momento de nossas vidas.
Eu me pego fazendo essa mesma pergunta meu filho, diante do quadro do ser humano se mostra em estado lento de evolução a mais de dois mil anos. Sei que minhas palavras irão desagradar a muitos, afinal, quando tentamos “limpar a sujeira” aqueles que se comprazem com a mesma vão se incomodar.
O ser humano tem 11 meses para: amar, perdoar, respeitar, estudar, festejar entre outros o nascimento do Cristo Jesus, o único ser a nosso ver que agregou estas e outras qualidades a sua postura evolutiva.
O ser humano necessita de 11 messes para tentar somente em uma única data praticar em um ano de desespero o que o ano todo não deu muito valor, e nesta noite colocam suas melhores roupas, usam seus melhores perfumes, iludem-se com o branco da roupa, onde o branco deve ser o da alma, criam uma mesa rica de morte com os restos dos pequenos que não tiveram chance para escolher e complementam tudo isso com bebidas de diversos sabores e culturas.
Mas o que mais nos choco, filho é que, o sentido do Natal esta sendo perdido, não somente dentro da Umbanda, mas dentro dos lares sejam eles umbandistas, espiritas, evangélicos, católicos, etc.
Como falamos em minha terra natal: “cantando e bebendo pra morto”, ou seja, por alguém que não participa da festa.
O ser humano precisa reavaliar sua metodologia de tratar o Sagrado, independente de credos religiosos, filho, pois como já dissemos, nos 11 meses que antecedem esta data.
Não pratica a lei do perdão, não se vive o respeito dentro do seio da família, pratica-se o ato de pedir, pedir, pedir, mas nunca de agradecer, barganha-se com os poderes sagrados de Nosso Senhor, salienta-se a indiferença e meus filhos se elegem filhos de Deus, realmente filho, fico a me perguntar onde está o sentido do Natal?
Se somos realmente merecedores de sermos seguidores de Jesus cada qual com o emblema religioso que desejar. Falando da Umbanda, filho, é preciso fazer uma reforma moral com os nossos Orixás, onde:
Evocamos as forças de Oxalá, para que realmente compreendamos que nada se faz sem ter fé e que a fé trata-se de um dom a ser zelado diariamente.
Evocamos as forças de Oxum, a fim de que possamos nos lembrar de que Jesus desceu a tiatira na condição de professor e sua maior fonte de inspiração era o amor incondicional que auxiliou muitos a se curarem, a começar das trevas que levavam dentro de si.
Evocamos as forças de Oxossi, a fim de que nossas consciências se expandam e expandidas possamos rever nossa forma de agir dentro e fora de nossa religião e nossa vida afim de que deixemos de ser cegos sendo seguidos por cegos.
Evocamos as forças de Xangô, rogando o equilíbrio dentro de nós mesmos para que manifestando nossas atitudes de maneira mais responsável, possamos nos tornar o bem exemplo na vida de nossos semelhantes.
Evocamos a Ogum, para que saibamos compreender que lei e ordem e ordenação é o resultado desta lei, compreendendo isso verificasse que certas posturas desastrosas em suas vidas devem ser mais vigiadas e o orar e vigiar constante.
Evocamos Obaluaiyê para que realmente seguindo os exemplos de Cristo, possamos perdoar mais do que sermos perdoados, ou seja, não esperar que iniciativas sejam tomadas, ao contrario, toma-las antes.
Evocamos a Iemanjá para que possamos deixar um rastro de luz por onde passarmos e vida também.
Evocamos Iansã, para que deixemos de permanecer estagnados espiritualmente e possamos agir, afinal, quem meus filhos festejam neste aniversario nos ensinou que somos deuses.
Deixamos claro filho, que nada temos contra o festejo, mas sim com a postura, onde filhos revoltados aprendam o valor e a alegria do recomeçar.
A Umbanda tem papel importante nesta mudança, pois como religião cumprindo o papel de religar deve antes de tudo orientar e o dialogo com o exemplo dos tarefeiros da Umbanda se faz cada vez mais comprometido com o manifestar o espirito para a caridade.
Bem, meu filho, fica aqui o nosso desejo e a esperança que o ser humano não desperdice mais tanto tempo, pois hoje não temos diante dos acontecimentos mundiais.
Como disse, não agradamos a todos, bem o sabemos porem preservamos diante dos tantos “donos” da verdade na Umbanda o preceito do senhor Caboclo 7 Encruzilhadas, e cremos que nãos e manifesta o espirito para a caridade se não manifesta-lo dentro de si mesmo.
Com o braço e o axê do povo da Bahia
José Severino